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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Pneumonia

O Miguel esteve agora internado durante 1 semana. Para memória futura, estamos em plena segunda vaga da pandemia de Covid-19, pelo que tudo foi diferente.

Começou no dia 5 de outubro, em que o Miguel acordou com aquele ar que já sabemos que vai ficar doente. Moleza, dores de cabeça, sono, ... De início não tinha febre, mas depois começou a ter. Era uma 2ª feira, feriado e decidimos ficar a ver (sim, também pensámos que não era bom ir ao hospital por causa do covid). Como tinha já consulta marcada na 5ª feira e entretanto melhorou na 3ª e na 4ª, não fomos mais cedo ao hospital. Na 5ª já estava melhor, mas as análises estavam péssimas (creatinina de 5,7). O Dr. DM ligou-nos preocupado (consulta covid) e a pedir para ele beber muita água e voltar no dia a seguir. Assim foi. As análises já estavam melhores e lá nos mandou para casa, mandando voltar no domingo.

Entretanto, nesse sábado recebemos um mail da escola a dizer que havia um caso de covid numa turma do 12º ano (mesmo ano do Miguel, mas turma diferente). Soubemos também que o aluno na 6ª já não tinha ido à escola. Como o Miguel faltou 3ª e 4ª, só se teriam cruzado na 5ª, mas aparentemente nem se viram.

No domingo voltámos ao hospital, com o Miguel já bem. Por descargo de consciência, para além das análises que fez, fez também o teste de covid. À noite tivemos o resultado negativo. Na 2ª feira foi normalmente para a escola, mas à noite voltaram os sintomas de doença do Miguel e febre de 39. Perguntámos-lhe o que se teria passado e disse que sentiu uma grande corrente de ar nesse dia na escola, devido ao facto de agora as portas e janelas estarem permanentemente abertas (covid). Ainda achámos que seria uma coisa passageira. Nos dias seguintes foi acumulando sintomas, embora dispersos: vomitou uma vez, teve diarreia uma vez ou outra, a febre ia e vinha, tinha uma tosse ligeira. Para além disso, falta de apetite e alguma prostração e, no final da semana, uma dor nas costelas. Fomos falando com o médico para perceber se íamos, até que na 6ª feira não dava para adiar mais e lá fomos para o hospital. Antes de ir, liguei para a consulta a avisar que íamos, quando a enfermeira me diz que não estão a receber doentes com sintomas de covid, mesmo que não seja covid. Fiz-lhe ver que não tínhamos outra alternativa, que o Miguel tinha feito teste negativo no domingo, apenas tinha ido uma manhã à escola e que a situação dele, tanto renal como outra obrigava a ir para o HSC. Lá falou com o Dr. Domingos, que autorizou a nossa ida para o hospital.

Quando lá chegámos fomos rapidamente encaminhados para o "covidário", um contentor no exterior onde os doentes com suspeita de covid são avaliados. A primeira coisa que o rapaz fez foi novamente o teste do covid (teste nº 3) e análises a tudo e mais alguma coisa e raio-x.

Quando começaram a vir os resultados, ele foi posto a soro e antibiótico intravenoso. Ao fim de cerca de 3 horas lá veio o resultado covid negativo, que causou muita comoção em todos, a começar pela Enfª Elsa, que disse que até chorou quando viu o resultado negativo. Se o resultado fosse positivo, ele não poderia ficar internado no HSC, o que seria uma tragédia. Soube depois que à entrada, a creatinina estava em 8,2 e o tacrolimus em 19. Isto só para mencionar alguns valores, porque na verdade o rapaz estava em péssimo estado, totalmente descompensado. O Dr. Domingos ainda me avisou que não sabia se ele seria capaz de recuperar sem fazer algumas sessões de hemodiálise.

Para além deste caos todo... o hospital de momento não aceita visitas (covid). Mesmo tendo ele 17 anos, a mensagem inicial foi: ele tem telemóvel e vai dando notícias. Isto partiu-me por dentro e por fora. Ele estava mal (inclusivamente foi de cadeira de rodas para o internamento), tinha vomitado no contentor, precisava de ajuda para tudo e ia ficar... sozinho?? As enfermeiras compreenderam o meu desamparo e propuseram eu fazer o teste do covid e, se estivesse negativo, seria autorizada a visitá-lo. Lá me despedi dele, fiz o meu teste e vim para casa.

Apesar do teste negativo dele, ainda assim foi colocado num quarto de isolamento, uma vez que tinha sintomas, tendo precisado de repetir o teste ao fim de 24 horas. Essa noite e o dia seguinte custaram muito a passar. Só na noite de sábado soubemos que os nossos dois testes eram negativos e no domingo lá o consegui ir visitar. Entretanto ele recuperou a olhos vistos, deixou automaticamente de ter febre e tudo o resto foi recuperando. Na sexta-feira seguinte teve alta, com uma creatinina de 3,2 (sem necessidade de hemodiálise) e os parâmetros de infeção sempre a melhorar. Inclusivamente, o Dr. Domingos disse que não esperava que o rim recuperasse tanto.

Agora está a fazer antibiótico oral e está com um apetite que parece um lobo. Mais um obstáculo quase passado!

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Dra. Margarida Abranches

 


Literalmente a tratar o Miguel desde a incubadora!

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Dr. Domingos Machado


 Há mais de 12 anos que faz parte da família!

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